Como que uma atleta com o histórico de 3 cirurgias do ligamento cruzado anterior do joelho, pode ser campeã olímpica de ginástica?

Era início dos anos 2000 em Guarulhos, São Paulo, quando uma série de “acasos” levou Rebeca Andrade à ginástica artística aos 6 anos de idade.
Em um projeto social da Prefeitura, as vagas já estavam preenchidas. Rebeca, filha de uma mãe solteira e empregada doméstica, não tinha seu nome na lista.

Mas a sorte sorriu quando sua tia começou a trabalhar como cozinheira no ginásio de esportes.

Ela pediu à professora que desse uma “olhadinha” em sua sobrinha animada, que adorava pular os móveis em casa.

A professora viu algo especial em Rebeca, decidindo abrir espaço para Rebeca.

Essa decisão mudou tudo.

Anos depois, em 5 de agosto, Rebeca se tornou a maior medalhista olímpica brasileira ao conquistar o ouro no solo, superando a americana Simone Biles.

Com seis pódios olímpicos, suas vitórias em Paris também incluíram pratas no salto e no individual geral, além do bronze com a equipe brasileira, tornando-a a maior medalhista brasileira em uma única edição dos Jogos.

Mas o caminho de Rebeca foi marcado por desafios. Três cirurgias no joelho direito, em 2015, 2017 e 2019, quase a fizeram desistir. Em entrevistas, Rebeca mencionou o apoio inabalável de sua mãe, treinadores e até de Simone Biles, que a incentivou a continuar.

Essas lesões no ligamento cruzado anterior (LCA) são comuns em esportes de alto impacto como a ginástica, mas a recuperação de Rebeca foi excepcional.

A reabilitação insuficiente pode aumentar a chance de novas lesões, mas Rebeca superou as adversidades com uma equipe multidisciplinar que incluiu fisioterapeutas, médicos, preparadores físicos e apoio psicológico.

Devemos destacar a importância da confiança na recuperação.

Mesmo que a cirurgia restaure a função anatômica do ligamento, a confiança muitas vezes não volta imediatamente.

Rebeca é uma exceção surpreendente, pois conseguiu não só retornar ao mesmo nível, mas continuar evoluindo.

A cirurgia de reconstrução do LCA devolve a estabilidade ao joelho e, após uma reabilitação completa de oito a doze meses, permite que o atleta volte ao seu nível de capacidade física e atlética.

No entanto, o enxerto ainda não reproduz exatamente as funções do LCA original, aumentando o risco de artrose precoce.

A história de Rebeca Andrade é uma jornada de superação, resiliência e paixão pelo esporte.

Ela não apenas alcançou o topo do mundo da ginástica, mas inspirou muitos com sua determinação e espírito inabalável.

 

 

 

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